Após passar três semanas internado em Paris com COVID-19, Alber Elbaz, ex-diretor criativo da maison Lanvin, morreu por complicações da doença no sábado (24). Quem confirmou foi Richermont, conglomerado parceiro do estilista. 

Albert Elbaz

Nascido em Casablanca, no Marrocos, Alber se mudou ainda criança para Israel. Começou a estudar moda por influência da sua mãe e depois de mais velho, se mudou para Nova York, onde foi treinado por Geoffrey Beene. Sua parceria com Beene foi entre 1989 e 1996. Logo depois passou pelo ateliê de Guy Laroche e pela direção criativa da parte feminina da Yves Saint-Laurent em 1998, quando esteve em Paris.

Entrada na Lanvin

Logo no começo dos anos 2000, tornou-se diretor criativo da Lanvin, a convite da dona, Shaw-Lan Wang. A Lanvin, fundada em 1883 por Jeanne Lanvin, é a marca de alta-costura mais antiga do mundo. No entanto, ela começou a desaparecer depois da morte de sua fundadora em 1946 e de sua filha, Maguerite em 1958. Na época em que fora convidado para ser designer, Elbaz ainda estava desconcertado por ter sido desligado da Yves Saint-Laurent após duas coleções apenas. No entanto, se consagrou na maison francesa ao expor feminilidade aliada a modernidade. Foi assim mesmo após sua saída da Lanvin, em 2015, quando teve desentendimentos com Shaw-Lan Wang. No entanto, em 2019, ele cria sua própria marca: a A.Z Factory.

Uma de suas características eram seus desenhos. Alber pouco fazia croqui como os outros. Seus desenhos sempre rabiscados, tornavam sua visão ainda mais surpreendente. Em sua collab na H&M, apostou em um visual dramático, regado a um estilo fluído e sofisticado. Babados, laçarotes e fluidez davam o toque de liberdade que tantas mulheres vestiram e ainda vestem.

Elbaz ainda traduzia seus desenhos em modelagens que acompanhavam o corpo de suas modelos e davam vivacidade a elas. Vivacidade, aliás, era uma de suas características mais marcantes. Por isso, não era incomum em seus desfiles constar muito champanhe e guloseimas para seus convidados.